Cosmonautas encontram “bolha mortal” durante caminhada espacial
Na quarta-feira (25), dois cosmonautas a bordo da Estação Espacial Internacional saíram para examinar o local de um vazamento no radiador, mas tiveram que se esquivar de uma bolha tóxica que bloqueava seu caminho.
O vazamento, que foi detectado pela primeira vez no início deste mês e foi relatado como não sendo imediatamente perigoso, trouxe algumas complicações extras quando os cosmonautas Oleg Kononeko e Nikolai Chub olharam de perto.
Durante a caminhada no espaço, a dupla encontrou uma “bolha” de refrigerante mortal de amônia, relata o Space.com, algumas das quais contaminaram uma das amarras de Kononeko. Para evitar espalhar a substância perigosa na estação, eles foram forçados a desconectar da corda de segurança – uma situação traiçoeira enquanto flutuavam no espaço sideral.
A bolha de amônia não foi totalmente inesperada. Depois de cortarem o fornecimento de refrigerante ao radiador, os cosmonautas previram que a amônia residual pode ter vazado das válvulas do radiador e se acumulado. Em resposta, eles trouxeram panos extras para limpar seus trajes caso entrassem em contato com o refrigerante.
Além do encontro incomum, os cosmonautas também descobriram buracos inexplicáveis nos painéis do radiador.
Kononeko disse ao Controle da Missão de Moscou, citado pelo Space.com:
“Os buracos têm bordas muito uniformes, como se tivessem sido perfurados. Existem muitos deles. Eles estão espalhados de maneira caótica.”
Segmento com vazamento
O segmento russo da ISS tem um histórico peculiar de vazamentos inesperados.
Em dezembro do ano passado, uma espaçonave Roscosmos Soyuz acoplada à ISS começou a pulverizar incontrolavelmente refrigerante no espaço.
Apenas dois meses depois, em fevereiro, outra nave espacial Roscosmos, apelidada de Progress MS-21, também começou a vazar enquanto estava acoplada ao segmento russo da estação, fazendo com que a nave despressurizasse no processo.
Os incidentes, ambos ocorridos perto de radiadores russos, foram atribuídos a um “impacto externo” de um micrometeorito.
Essa é certamente uma explicação plausível, mas este último vazamento – que veio de outro radiador, um backup anexado ao módulo de laboratório multifuncional russo Nauka – contribui para o que alguns argumentam ser uma quantidade suspeita de falhas mecânicas em um período tão curto.
Ainda assim, ainda não se chegou a nenhuma conclusão oficial sobre o que causou o vazamento de outubro, então teremos que ver se a Roscosmos atribuirá novamente o problema a forças externas.
(Fonte)
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