Um eurodeputado pede um programa que estude OVNIs para resolver o problema da segurança no espaço.
Em abril de 2021, o Conselho e o Parlamento Europeu adotaram um regulamento que estabelece um novo programa espacial da UE para os anos de 2021 a 2027.
O regulamento simplificou o quadro jurídico e o sistema de governança da União Europeia e uniformizou o quadro de segurança, proporcionando um maior conhecimento da situação espacial e monitorização dos riscos espaciais. E é precisamente neste último quadro – o dos perigos no espaço – que o eurodeputado português Francisco Guerreiro, do Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, colocou a tônica no seu discurso da segunda-feira, 5 de fevereiro, introduzindo uma chave inesperada : OVNIs.
O discurso foi assim:
“Senhor Presidente, caro Comissário, a Comissão Europeia está atualmente a finalizar a sua próxima proposta de Lei Espacial da UE. Esta importante iniciativa prevê regras comuns para abordar a segurança, a resiliência e a sustentabilidade das atividades e operações espaciais.
No entanto, existe uma lacuna no pilar da segurança que precisa ser preenchida. Atualmente, a UE não dispõe de um sistema harmonizado e científico para comunicar fenómenos anómalos não identificados. Esta questão, que deve ser grave, deve ser abordada e está a ser abordada com a maior importância noutros países. Por exemplo, nos Estados Unidos, a recolha e análise de dados das atividades dos UAP no espaço, em locais civis e militares, é considerada uma prioridade de segurança nacional. Esta preocupação com a segurança também levou à criação de um programa de investigação espacial dentro da NASA.
É portanto essencial que a Comissão Europeia inclua na Lei Espacial Europeia um programa para recolher dados sobre novos OVNIs, bem como um órgão científico para analisar estes eventos de forma transparente e pública.”
O eurodeputado Guerreiro transfere finalmente a questão da segurança e dos OVNIs para a Europa e a criação de um programa que recolhe dados sobre novos incidentes com OVNIs. Este debate – até agora – tinha-se limitado ao mundo anglo-saxônico (Estados Unidos, Canadá, Reino Unido ou Austrália) com a saudável excepção do México, que dedicou duas audiências públicas relacionadas com este fenômeno OVNI [e o Brasil também, esqueceu o autor deste artigo].
Além disso, a intervenção de Guerreiro coloca a questão no espaço, uma área estratégica para a União Europeia no atual contexto geopolítico, caracterizado pela crescente competição de poder e pela intensificação das ameaças. Embora a UE já estivesse tomando medidas para proteger os seus recursos espaciais, defender os seus interesses, prevenir atividades hostis no espaço e reforçar a sua posição estratégica e autonomia, terá agora que enfrentar o desafio dos OVNI.
Existem outras iniciativas, como o projeto Titan, que têm tentado sensibilizar organizações oficiais para esta questão, como a ONU (Organização das Nações Unidas), mas o foco na segurança – o mesmo que desencadeou a revelação de segredos nos Estados Unidos – era um trunfo ainda não discutido na Europa.
Você pode assistir à sessão plenária completa abaixo. A intervenção do parlamentar europeu Francisco Guerreiro começa às 21h09:
(Fonte)
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