A história do que chamamos de “Triângulo das Bermudas” na verdade começou há 58 anos, em 1964. O nome foi usado pela primeira vez pelo autor americano Vincent Gaddis na revista Argosy, para descrever uma área em forma de triângulo no Oceano Atlântico, ao largo da costa da Flórida.
Esta área também foi chamada de “Triângulo do Diabo”. Ao longo das décadas, o Triangulo das Bermudas foi discutido em milhares de filmes, livros e documentários populares. Mas por que toda a atenção?
Velhos “mistérios” inexplicados
O agitação em torno do Triângulo das Bermudas remonta a uma série de desaparecimentos inexplicáveis de navios e aeronaves.
Em 1945, cinco aviões da Marinha dos EUA e 14 homens desapareceram na área enquanto faziam exercícios de treinamento de rotina. O líder do voo, tenente Charles Taylor, foi ouvido no rádio dizendo:
“Estamos entrando em água branca, nada parece certo. Não sabemos onde estamos, a água é verde, não é branca.”
A marinha dos EUA investigou e, finalmente, relatou o incidente como “causa desconhecida”. Desde o incidente até meados da década de 1980, 25 pequenos aviões desapareceram ao passar pelo Triângulo das Bermudas. Eles nunca mais foram vistos. Nenhum destroço foi recuperado.
Essas histórias cativaram o público. Algumas pessoas deram explicações extraordinárias, alegando que havia algo paranormal ou sobrenatural acontecendo. Foi até sugerido que alienígenas ou a mítica cidade subaquática perdida de Atlântida tinham algo a ver com os trágicos eventos.
O fato de alguns relatos oficiais dos incidentes descrevê-los como “causa desconhecida” aumentou a intriga.
Pensamento crítico sobre o Triângulo das Bermudas
Diante do exposto, devemos nos perguntar: se não sabemos o que causou algo, ou se algo parece totalmente misterioso, devemos procurar a resposta no paranormal (como fantasmas ou espíritos) ou no sobrenatural (como magia ou milagres)?
Algumas pessoas dizem que sim. Eles acham essas explicações emocionantes. É o que acontece há décadas com os incidentes no Triângulo das Bermudas.
No entanto, quando paramos para aprender mais sobre esses eventos e não tiramos conclusões precipitadas, eles começam a parecer muito mais comuns.
Veja o desaparecimento de Charles Taylor e os cinco aviões que a Marinha dos Estados Unidos investigou. A investigação descobriu que, quando escureceu lá fora e o tempo mudou, Taylor conduziu os aviões para o local errado.
Taylor também tinha um histórico de se perder enquanto voava. Ele precisou ser resgatado duas vezes no Oceano Pacífico. A própria marinha tinha uma boa ideia do que havia acontecido antes do desaparecimento.
Mas o incidente acabou sendo descrito como “causa desconhecida” porque a mãe de Taylor, não querendo culpar o filho pelo desaparecimento, sustentou que se a marinha não conseguisse encontrar a aeronave, eles não poderiam dizer com certeza o que havia acontecido. Não querendo culpar Taylor pela tragédia, a marinha concordou.
A maioria dos pilotos envolvidos no incidente eram novatos. Isso significa que eles não foram devidamente ensinados a usar todos os instrumentos da aeronave ao voarem à noite ou com mau tempo.
Além do mais, as aeronaves que eles estavam voando eram conhecidas por afundar em menos de 45 segundos se pousassem na água. E uma vez que as aeronaves afundam no vasto oceano (embora isso seja extremamente raro hoje em dia), elas nunca são encontradas.
Isso é verdade até agora, apesar das grandes melhorias na tecnologia de aeronaves e nos métodos de busca e salvamento. Por exemplo, apenas uma pequena quantidade de detritos do voo desaparecido da Malaysia Airlines MH370, que desapareceu em 2014, foi encontrada.
Passando de velhos contos
Hoje, grandes aviões de passageiros costumam voar pelo Triângulo das Bermudas e nenhum desaparece. Você pode até rastrear voos na área ao vivo online.
Na verdade, de meados da década de 1940 a meados da década de 1980, mais pequenos aviões caíram sobre o continente americano do que no Triângulo das Bermudas. Mas porque eles caíram na terra onde os destroços foram encontrados, eles não foram considerados misteriosos.
Também foi demonstrado que o número de navios e aeronaves desaparecidos no Triângulo das Bermudas não é muito maior, proporcionalmente falando, do que em qualquer outra parte do oceano.
Às vezes, quando um evento é difícil de explicar, é tentador dizer que foi causado pelo paranormal ou pelo sobrenatural.
Mas se 1.000 aeronaves voam pelo Triângulo das Bermudas e podemos explicar o que aconteceu com 990 delas, deveríamos dizer que as outras 10 foram casos sobrenaturais? Não.
Tudo o que podemos dizer é que não sabemos ao certo o que aconteceu – e devemos tentar aprender mais. Normalmente, quando aprendemos mais, o mistério desaparece.
(Fonte)
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