Procurar ou não procurar? Eis a questão! (por tecnologia de ETs, é claro)

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Tempo de leitura: 3 min.

Por Avi Loeb

A busca por relíquias tecnológicas de civilizações extraterrestres inspirará o público e atrairá talentos para o campo da astronomia.

Ilustração de como o misterioso objeto chamado ‘Oumuamua poderia se parecer.

Depois de chegar ao Adirondack Park em nossas primeiras férias com a família desde o início da pandemia, saí para minha corrida matinal de rotina. O Sol derramou luz sobre meu corpo como se fosse um cavalo de corrida precisando ser lavado. E lá fora eu vi inesperadamente um belo cervo jovem perto de um lago. Ele focou seus olhos em mim para verificar se eu não representava perigo. Se eu tivesse buscado meu celular para tirar uma foto, ele teria desaparecido. Optei por apreciar a vista, saboreando o momento como se o cervo fosse uma peça musical transitória.

Em tais casos, a beleza rara não pode ser documentada ou então ela desaparece. Isso não me deixou nenhuma maneira de compartilhar minha rara experiência com minha família.

As gerações anteriores podem ter testemunhado fenômenos que nunca foram documentados de forma científica. É possível que perdemos pistas científicas importantes do passado? A ciência depende da reprodutibilidade dos resultados, mas talvez seja necessário esperar muito tempo antes que eventos raros se repitam.

Vamos considerar um exemplo particular. Suponha que o sistema solar tenha sido visitado por equipamento tecnológico de uma civilização extraterrestre há alguns milhões de anos – dificilmente impossível, já que a idade da Via Láctea é um milhão de vezes mais longa do que nossa história registrada. Se encontrássemos um álbum de fotos com imagens de alta resolução daquela época, teríamos uma resposta afirmativa ao paradoxo de Enrico Fermi: “Onde estão todos?” Mas a ausência dessa evidência não significa que a resposta seja negativa. Se uma árvore cair na floresta e não houver ninguém por perto para ouvi-la, ela faz algum barulho?

Um remédio é pesquisar eventos surpreendentes na longa história da Terra. Por exemplo, dois bilhões de anos após a formação da Terra, o nível de oxigênio na atmosfera aumentou por uma razão desconhecida, possibilitando a vida complexa que atualmente prospera na Terra. Ainda mais surpreendente, a vida inteligente apareceu abruptamente no último milésimo da história da Terra. Ambos os eventos provavelmente têm uma origem natural, mas outras explicações são possíveis.

Uma abordagem melhor é procurar no céu por relíquias tecnológicas de civilizações distantes. O recém-anunciado Projeto Galileo visa a imagens de objetos próximos à Terra cuja natureza é desconhecida, como fenômenos aéreos não identificados (UAPs/OVNIs) ou objetos interestelares anômalos como o ‘Oumuamua. Não faz muito sentido fazer o contrário. Optar por não olhar pelas janelas não significa que seus vizinhos não estão lá.

Um erro comum é presumir que nosso ambiente foi coreografado pensando em nós. Em vez disso, podemos ser apenas espectadores de uma peça projetada para outros atores, assim como eu estava no ambiente natural do cervo em Adirondack. Qualquer equipamento tecnológico encontrado pelo Projeto Galileo poderia ter sido enviado há milhões de anos, muito antes da existência dos humanos. As sondas poderiam ter sido enviadas para a Terra como um destino habitável por seu próprio mérito.

O Projeto Galileo irá ignorar objetos que são de maior interesse para a segurança nacional, como drones ou aviões de fabricação humana. Em vez disso, ele se concentrará na categoria “outra” no relatório OVNI que foi entregue ao Congresso em 25 de junho de 2021.

Para justificar meu envolvimento no Projeto Galileo como parte do meu trabalho diário na Universidade de Harvard, expliquei que ele reunirá e interpretará dados de telescópios. Em vez de focar em objetos distantes como os astrônomos costumam fazer, nossa equipe de pesquisa rastreará objetos próximos que se movem rapidamente no céu. Não existe uma distância mínima para um objeto ser considerado astronômico, especialmente se ele se originou de fora do sistema solar antes de chegar às nossas proximidades.

Os milhares de e-mails de apoio que recebi nos dias que se seguiram ao anúncio do Projeto Galileo mostram inequivocamente que a ideia de imaginar o desconhecido inspira as pessoas. Trazer o estudo para a corrente principal da astronomia atrairá novos fundos e talentos para a ciência. Não há nenhuma desvantagem em buscar evidências; é uma proposta to tipo “ganhar-ganhar” que nos ensinará algo novo. Mesmo que ‘Oumuamua seja um objeto natural, como um iceberg de hidrogênio nunca visto antes, aprenderemos que deve haver viveiros de objetos interestelares que são muito diferentes do sistema solar. Ao liderar o Projeto Galileo, atuo como um ex-fazendeiro que preservou sua curiosidade de infância. Eu entendo a resistência daqueles que não compartilham de minha perspectiva, mas apreciam a companhia de exploradores e doadores com ideias semelhantes.

O Projeto Galileo é uma expedição de pesca. Usamos anzóis na forma de telescópios sem presumir o que eles podem pegar. A inovação fundamental é que escolhemos olhar através de telescópios em busca de respostas. Esta é a maior lição que aprendemos com o debate de Galileu Galilei com os filósofos que se recusaram a olhar através de seu telescópio.

Recentemente, um filósofo publicou um artigo que usa raciocínio filosófico para argumentar que o ‘Oumuamua não poderia ter origem tecnológica. Isso sugere que procurar respostas nos telescópios não é tão trivial quanto pode parecer quatro séculos depois de Galileu.

(Fonte)


Ah, se pelo menos um quarto da comunidade científica tivesse a coragem de Avi Loeb! Os avanços da ciência seriam ainda mais fenomenais, até mesmo em ritmo exponencial. Mas por enquanto, já é um bom começo, penso eu.

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