Aquelas coisas pretas no solo de Marte são perigosas?

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Tempo de leitura: 3 min.

Vale a pena relembrar que o solo de marte é muito mais complexa do que somente areia avermelhada, e que é possível que em muitas partes exista vida vegetal que só se manifesta em determinada épocas do ano…

Será que isto não está vivo? Crédito: Michael Benson/NASA/JPL/University of Arizona/Kinetikon Pictures

Você está a 320 quilômetros diretamente acima da superfície de Marte – olhando para baixo. Esta imagem foi obtida pelo Mars Reconnaissance Orbiter em 27 de janeiro de 2010. (A cor foi adicionada mais tarde.) O que vemos aqui?  Bem, pela maior parte, areia. Mas logo que você rola a imagem para baixo, há uma série de dunas cortando a imagem, então um parte plana, mas você continua olhando. Você irá notar, quando se aproximar das dunas, que há pequenas manchas marcando a superfície, como se fossem aranhas tomando Sol.

Superfície de Marte vista de 320 km de altura. Michael Benson/NASA/JPL/University of Arizona/Kinetikon Pictures

O que são estas coisas?  Elas foram descobertas de 1988; mas não se parecem como nada já visto aqui na Terra. Até hoje, ninguém tem certeza o que elas são, mas agora sabemos isto: Elas aparecem, e então desaparecem. Toda primavera em Marte, elas aparecem do nada onde apareceram no ano anterior – 70 por cento das vezes. Elas aparecem de repente, algumas vezes da noite para dia.  Quando vem o inverno, elas se vão.

À medida que o Sol fica mais quente, elas ficam mais parecidas com aranhas.  Aqui está uma imagem mais aproximada – como a foto acima, esta foi feita pelo fotógrafo Michael Benson e recém publicada no seu novo livro Planetfall. Ela mostra dois montes de areia.  Estas coisas, você irá notar, ficam nas partes mais elevadas, e não nas mais baixas.

Dunas. Michael Benson/NASA/JPL/University of Arizona/Kinetikon Pictures

O que poderiam ser?  Cientistas do serviço de pesquisa geológica dos EUA, da Hungria e da Agência Espacial Europeia têm proposto explicações. A explicação mais aceita é muito estranha… … Imagine isto: Toda a primavera, o Sol incide na região sul de Marte, a luz da manhã derrete a superfície, aquece o solo abaixo, e uma fina camada de CO2 na sub-superfície se transforma de repente num gás vibrante, se expande, e carregando rochas e gelo emerge rapidamente através das rachaduras na rocha, explodindo no ar marciano.  Gêiseres ejetando em lugares estranhos. Parece ser algo aleatório, como sendo atacado por uma monstruosa fonte subterrânea. Veja como isto pode parecer:

Uma renderização artística dos gêiseres de Marte, por Ron Miller/JPL/Arizona State University

“Se você estivesse lá”, diz Phil Christensen da Universidade Estadual do Arizona, “você estaria em pé numa placa de gelo de dióxido de carbono.  Por toda sua volta, jatos de dióxido de carbono estariam jogando areia a dezenas de metros no ar”. O solo abaixo estaria fazendo barulho. Você sentiria a vibração nas suas botas espaciais.

Isto, de qualquer forma, é a explicação mais aceita. Esses traços parecidos com aranhas ser pedaços de areia basáltica escura arremessados pelos gêiseres.  Ou então – diz um grupo de cientistas húngaros – eles podem ser colônias de micro-organismos marcianos fotossintéticos, aquecidos pelo Sol, que agora tomam banho de Sol a plena vista.

Ainda não sabemos com certeza. Temos vigiado estas formações irem e virem pelas últimas décadas, e por um pouco mais de tempo teremos que somente especular o porquê delas estarem lá.

Continuaremos procurando…

(Fonte)


Se me perguntarem, pessoalmente penso que a explicação húngara para o fenômeno parece ser muito mais plausível.  E por que não especular que isto possa ser alguma forma de vida vegetal que floresce na primavera marciana? E por que até agora só enviaram sondas para locais áridos de Marte, ao invés de regiões como esta?

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