Por que a confirmação da Marinha dos EUA é o fato mais relevante da década para a Ufologia?

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Tempo de leitura: 4 min.

por Jeferson Martinho

A confirmação da Marinha dos EUA sobre a existência de veículos aéreos não identificados (tradução de Unidentified Aerial Phenomenon, UAP) virou notícia nos principais veículos de comunicação do mundo. O episódio aconteceu no mês de setembro deste ano, quando a Marinha americana admitiu, através de seu porta-voz, Joseph Gradisher, a veracidade de três vídeos divulgados pelo jornal The New York Times em dezembro de 2017 e março de 2018.

Os videos mostravam pilotos da Marinha dos Estados Unidos perseguindo Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) que desenvolviam trajetórias e velocidades improváveis para equipamentos terrestres conhecidos. Na ocasião, a marinha americana declaradamente optou pelo termo UAP, por considerar o estigma da expressão OVNI (ou UFO) como um fator de desestímulo aos relatos de outros pilotos militares.

A confirmação foi dada ao site de notícias de inteligência The Black Vault. Mesmo tendo sido amplamente divulgado, o tema desapareceu do radar da grande imprensa e das manchetes tão rapidamente quanto surgiu. E isso não fez justiça ao seu verdadeiro significado: seguramente, este foi o mais relevante fato da Ufologia na última década.

Governos não admitem a existência de UFOs

A admissão da existência de fenômenos aéreos desconhecidos, OVNIs ou UFOs, pelos governos não é um movimento trivial na maioria dos países do planeta. E é absolutamente surpreendente vindo do governo dos Estados Unidos, nação que sabidamente se esforça para manter segredos em torno do assunto desde a década de 1940, passando pelo Caso Roswell, Relatório Condon até os mistérios da Área 51.

Quase 20 anos atrás, em 2001, cheguei a ganhar um prêmio da comunidade ufológica – o prêmio Cindacta, em 2001 – por uma matéria que demonstrava, a partir de documentos secretos e declarações oficiais, que o governo brasileiro nunca abandonou seu interesse e monitoramento da atividade OVNI no país, a despeito de suas costumeiras negativas sobre o assunto. Arrisco dizer que esse acompanhamento se mantém até hoje, ainda que agora não seja mais novidade e que esse palpite se respalde em milhares de novas páginas de documentos secretos que vêm se tornando públicos desde então.

Sobre os motivos do segredo em torno do assunto, há centenas de versões e teorias, todas elas especulativas. Objetivamente, de qualquer forma, assumir a invasão de seu espaço aéreo (teoricamente controlado) por aeronaves de origem desconhecida não deve ser uma atitude fácil para qualquer aparato militar, cuja função é justamente defender um país e seus contribuintes de qualquer potencial ameaça estrangeira, terrestre ou não.

Poucas iniciativas oficiais de pesquisas de OVNIs

Na contramão do padrão mundial, alguns poucos organismos oficiais, civis, militares ou mistos, até se lançaram em empreitadas de pesquisa séria acerca da realidade dos fenômenos aéreos não identificados. Uruguai e Chile são exemplos neste sentido. O Uruguai foi um dos pioneiros, através da Cridovni – Comisión Receptadora y Investigadora de Denuncias de Objetos Volantes No Identificados – a mais antiga organização civil-militar oficialmente responsável por pesquisas na área da Ufologia, criada em 1979. No Chile, a iniciativa CEFAA – Comite de Estudios de Fenómenos Aereos Anômalos – ligado à Escola Técnica Aeronáutica desenvolveu o mesmo trabalho a partir de 1997.

A tanto a Cridovni uruguaia quanto a CEFAA chilena estão ativas até hoje. Em ambos os casos, sua concepção original apoiou-se muito mais nos riscos de segurança à aviação civil e militar representados pelo fenômeno OVNI do que propriamente em algum estudo sobre a possibilidade de tratar-se de um fenômeno extraterrestre. Nenhum deles, no entanto, chegou a qualquer resultado prático até os dias de hoje.

Foram posicionamentos bastante diferentes de outra iniciativa extra-oficial, dessa vez da França (não foi oficial porque, embora tivesse a participação de integrantes do governo, não foi assumida oficialmente por ele): o Comitê Cometa, que divulgou, em 1999 o dossiê “Les OVNI et la Défense” (Os OVNIs e a Defesa). O documento foi produzido por cientistas ligados ao Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES, a agência espacial francesa).  No relatório, que ficou conhecido como Dossiê Cometa, os especialistas franceses não apenas admitiram a existência dos OVNIs como o apontaram como um fenômeno de origem potencialmente extraterrestre.

“Les OVNI et la Défense” (Os OVNIs e a Defesa).

A relevância da confirmação dos UFOs pela Marinha

É neste contexto que se torna tão relevante a confirmação da Marinha dos EUA à veracidade dos OVNIs registrados por pilotos em 2004 e 2015 e vazados por um funcionário do Pentágono. E para além de todas as preocupações sobre o sigilo que os Estados Unidos praticam sobre documentos que nem sequer eram classificados, está o fato de que esta é a primeira vez que oficialmente um órgão da Defesa dos Estados Unidos admite estar completamente indefeso diante a invasão de seu espaço aéreo por aeronaves não identificadas, sejam elas de origem alienígena ou não.

Isso não é pouca coisa. Nestes tempos de mudanças de paradigmas, como o desbravamento do espaço pela iniciativa privada, ou o surgimento de iniciativas de peso e com apoio científico para a busca por sinais de interação com inteligências extraterrestres, como Breakthrough Listen e To The Stars Academy of Arts & Science, a declaração da marinha americana representa uma mudança conceitual de atitude sem precedentes. Mesmo que o ex-funcionário da CIA, Edward Snowden, diga que dentre os documentos a que teve acesso não tenha encontrado indícios de que o governo dos EUA tenham em seu poder alguma comprovação da existência de vida extraterrestre inteligente visitando a Terra. Quem sabe ele possa simplesmente não ter olhado nos lugares certos!

Talvez a verdade ainda esteja lá dentro!

*Jeferson Martinho é jornalista, militante da Ufologia há mais de 30 anos e editor do Portal Vigília


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