Como a Rússia planeja pousar cosmonautas na Lua até 2030 (sim, a Rússia!)

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Na semana passada, o líder da corporação espacial russa, Dmitry Rogozin, deu uma palestra abrangente na Universidade de Moscou. O discurso procurou descrever as atividades que estão acontecendo agora na Roscosmos e o que pode acontecer no futuro, inclusive um possível pouso na Lua.

Foguetes para a Lua: desenvolvimento de novos veículos (capacidade de carga para LEO em toneladas métricas), incluindo vários foguetes Angara, o propulsor Soyuz 5, e Super Thrust Block 1 e Super Thrust Block 2. Slide apresentado na palestra de Dmitry Rogozin, diretor da Roscosmos.

Rogozin dirige seus comentários em grande parte aos estudantes da universidade, e ele procura pintar a imagem de um vibrante empreendimento espacial nacional. É presumível que isso impulsione-os a seguir uma carreira no espaço, já que os jovens têm seguido carreiras aeroespaciais em menor número. Relatos de baixos salários, baixo moral e falta de fundos para remover o lixo das instalações da Roscosmos não ajudaram nessa tendência.

O plano russo

De particular interesse é o foco da palestra em uma aterrissagem lunar independente com cosmonautas em 2030. Levado em consideração – o que provavelmente não é sábio, dada a grande questão de como a Rússia financiaria tal empreendimento – uma tentativa russa de pousar humanos na Lua uma década a partir de agora, montaria uma corrida extraordinária entre aquele país, o Programa Artemis da NASA e as ambições lunares da China.

Mais detalhes sobre a progressão de foguetes: 2022 – Soyuz 5, 17 toneladas para LEO; 2028 – Super Thrust Block 1, 27 toneladas para a órbita polar Lunar e 103 toneladas para a LEO; Após 2030 – Super Thrust Block 2, maior que 27 toneladas para a órbita polar Lunar e 140-180 toneladas para a LEO. Slide apresentado na palestra de Dmitry Rogozin, diretor da Roscosmos.

Sob o plano delineado por Rogozin, o país desenvolverá inicialmente um novo foguete ‘Super Pesado’, com capacidade de 103 toneladas para a órbita baixa da Terra e 27 toneladas para a órbita polar lunar. Isso é aproximadamente equivalente a uma versão atualizada do Sistema de Lançamento Espacial da NASA, conhecido como Bloco 1B.

O plano inclui o desenvolvimento da espaçonave ‘Federação’ até 2022, com seu primeiro voo para a Estação Espacial Internacional até 2023. Voos ao espaço profundo desta espaçonave seguirão em meados da década de 2020, junto com o retorno do solo lunar à Terra, usando a sonda Luna-Grunt em 2027.

Este slide mostra o propulsor de classe super-pesado proposto que lançará um módulo de pouso lunar com veículo de subida, bem como um módulo orbital. Também mostrado: um módulo de base lunar inflável. Slide apresentado na palestra de Dmitry Rogozin, diretor da Roscosmos.

Finalmente, em 2029, os vôos da tripulação para a órbita lunar começariam, juntamente com testes de voo de um módulo lunar e um módulo inflável da base lunar. O pouso da tripulação teria lugar em 2030, embora Rogozin disse que gostaria de mover as datas para mais cedo, se possível.

Em termos de estratégia, Rogozin disse que não acredita que haja muito potencial para a utilização industrial da Lua, um tema que tem sido um componente chave dos planos comerciais americanos para enviar humanos de volta à Lua. Pelo contrário, uma razão estratégica citada por Rogozin foi o papel de uma estação lunar na defesa contra cometas e asteroides. (Não está claro como isso funcionaria).

Duvidando de Rogozin

A palestra vem em meio a perguntas sobre o futuro de Rogozin. Há rumores de que ele será removido do trabalho em breve. Um respeitado analista aeroespacial russo, Vadim Lukashevich, compartilhou algumas ideias sobre a palestra em sua conta do Facebook.

Dmitry Rogozin, diretor da Roscosmos State Corporation, dá uma palestra aberta intitulada ‘Transformação da Roscosmos’ na Universidade Estadual de Moscou em 23 de maio. C’redito: Vladimir Gerdo TASS, via Getty Images

Lukashevich escreveu:

O discurso de ontem de Dmitry Rogozin na Universidade Estadual de Moscou, julgando vários fontes, transbordou a taça de paciência. Agora todo mundo está falando sobre sua iminente resignação, incluindo seus subordinados (estes últimos predominantemente em xingamentos). Tempos muito difíceis estão à frente para o nosso programa espacial.

Essas dificuldades podem incluir uma tendência preocupante em falhas de foguetes russos, um futuro incerto com sua parceria de longa data com a NASA, questões de financiamento e muito mais. Por esta razão, é difícil imaginar a Rússia lançando um programa ambicioso para pousar na Lua, mas, como sempre, valerá ficar de olho no progresso do país (ou a falta dele).

(Fonte)

Colaboração: Lênio


Do jeito que anda a economia da Rússia, é difícil acreditar que irão cumprir esse cronograma. Uma pena, pois seria salutar uma nova corrida espacial. Precisamos sim começar a sair de nosso planeta e a Lua é um minúsculo primeiro degrau.

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