Auroras boreais azuis muito raras e fenômeno STEVE aparecem no céu sobre Calgary, Canadá – E próxima ejeção solar chega em 15 de maio!

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Auroras boreais, ou luzes do norte, são geralmente verdes, às vezes vermelhas. Essas são as cores que vemos quando o oxigênio é atingido por elétrons que caem do espaço durante uma tempestade geomagnética. Porém, na noite de sexta-feira, 11 de maio de 2019, Harlan Thomas, de Calgary, Alberta, testemunhou uma cor diferente: AZUL PROFUNDO!

Foto © Harlan Thomas: “Ver esses incríveis pilares azuis era como se estar fora deste mundo”, diz Thomas. Foto via SpaceWeatherGallery

Nas auroras, o azul é um sinal de nitrogênio. Partículas energéticas atingindo nitrogênio molecular ionizado (N2 +) em altitudes muito altas podem produzir um brilho azul raramente visto durante as exibições aurorais. Neste caso, foi o resplendor de um impacto de uma ejeção de massa coronal solar (sigla em inglês CME, para Coronal Mass Ejection).

A CME deixou o Sol em 6 de maio, impulsionada em nossa direção por uma explosão no dossel magnético da mancha solar AR2740. Quando finalmente chegou em 10 de maio, a lenta nuvem de tempestade sacudiu o campo magnético da Terra, provocando uma pequena tempestade geomagnética da classe G1. Auroras foram avistadas em partes do Canadá, bem como Estados dos EUA, como Michigan e Minnesota.

“Para completar, STEVE apareceu por vários minutos também”, diz Thomas, que capturou nesta foto:

Imagem do fenômeno STEVE por © Harlan Thomas, via SpaceWeatherGallery

STEVE é uma faixa quente (3000 graus C) de gás ionizado cortando a atmosfera superior da Terra a cerca de 300 km acima do solo. Parece imprevisível durante algumas tempestades geomagnéticas, mas em nem todas. Originalmente pensava-se que era uma forma de aurora boreal, mas novas pesquisas mostram que não é.

A cor púrpura suave de STEVE também pode ser causada por emissões de nitrogênio, de acordo com um novo estudo recém publicado na Geophysical Research Letters. Coincidência? STEVE e auroras azuis parecem compartilhar uma conexão com o sétimo elemento da tabela periódica.

As auroras azuis são vistas com mais frequência durante intensas tempestades geomagnéticas – mas essa foi uma tempestade relativamente pequena. A razão porque o nitrogênio-azul superou os habituais tons de oxigênio em 11 de maio não está claro. Isso só serve para mostrar que as auroras ainda têm a capacidade de nos surpreender. De qualquer forma, ver estes incríveis pilares azuis deve ter sido coisa de outro mundo.

Mantenha seus olhos para o céu! Mais algumas auroras à frente! Outra ejeção está chegando e sua data prevista de chegada é 15 de maio. A nuvem de tempestade solar foi lançada em nossa direção por uma dupla explosão no Sol de 10 a 11 de maio.

(Fonte)


As Auroras Boreais (no hemisfério norte) e Austrais (no hemisfério sul) são visões espetaculares, mas suas intensidades são diretamente proporcionais à força da ejeção solar que nos alcançou. Embora estejamos protegidos desses perigosos eventos devido ao campo magnético da Terra, já houve instâncias quando nem mesmo isso conseguiu segurar os ventos solares, causando fenômenos estranhos na superfície terrestre. Um desses eventos foi o Evento Carrington, que ocorreu em 3 de setembro de 1859.

Naquela data, o Baltimore American and Commercial Advertiser reportou:

As pessoas que estavam fora tarde na noite de quinta-feira tiveram a oportunidade de testemunhar uma demonstração magnífica de luzes da aurora.  O fenômeno foi similar ao que ocorreu no domingo à noite, embora às vezes a luz era mais brilhante e a variação de tonalidades mais variadas e belas.  A luz parecia cobrir todo o firmamento, aparentemente como uma nuvem luminosa, através da qual as estrelas de grande magnitude brilharam indistintamente.  A luz foi mais intensa do que a da Lua cheia, mas tinha uma suavidade e delicadeza indescritíveis, e parecia envolver tudo que atingia.  Entre as 00h00 e 01h00, quando a luz estava mais brilhante, as ruas silenciosas da cidade, descansando sob a estranha luz, apresentavam uma aparência singular e bela.

Mas o que a reportagem acima não comentou foi o dano causado nas linhas de telégrafo por todo os EUA. Tempestades solares menos intensas ocorreram em 1921 e 1960, causado uma interrupção nas transmissões de rádio.

Hoje, na era da comunicação digital, embora ninguém saiba dizer ao certo o que uma tempestade desta magnitude poderia causar, é quase certeza que afetaria nossos equipamentos eletrônicos de forma negativa.

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