Ovnilogia/Ufologia brasileira em pauta internacional: Thiago Luiz Ticchetti é entrevistado por pesquisador britânico

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Procurando montar uma imagem sobre a ovnilogia/ufologia mundial, o pesquisador, palestrante e escritor, Robbie Graham, que também é colunista para o site mysteriousuniverse.org, entrevistou o famoso pesquisador brasileiro de OVNIs, Thiago Luiz Ticchetti:

* Conteúdo da matéria com veracidade comprovada, de fontes originais fidedignas. (Em se tratando de tese ou opinião científica, só pode ser garantida a veracidade da declaração da pessoa envolvida, e não o fato por ela declarado.) (Missão do OVNI Hoje)

Nascido em 1975, em Santa Cruz, Rio de Janeiro, Thiago Luiz Ticchetti investigou mais de 30 casos de OVNIs ao longo de 25 anos. Por mais de 10 anos, ele foi uma parte ativa da Entidade Brasileira de Estudos Extraterrestres (EBE-ET), tornando-se vice-presidente da organização. Faz parte da Revista UFO desde 1997, onde começou como tradutor voluntário, tornando-se consultor, coordenador internacional e finalmente co-editor. Atualmente, ele é responsável pela coluna mensal da revista, “Mundo Ufológico”. Desde 2019, ocupa o cargo de presidente da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU). Em 2017, Thiago Luiz foi nomeado Assistente do Diretor Internacional da Mutual UFO Network (MUFON) no Brasil e pesquisador de campo certificado pelo MUFON. Autor de dezenas de textos para a Revista UFO, publicou nove livros, entre eles: UFO Crashes (2002), Guide to Extraterrestrial Typology (2014) e Unusual World: The Log Book – Part 1 and 2 (2015). Atualmente é colunista da UFO Truth Magazine.

Robin Graham: Quem foram as figuras definidoras da ufologia brasileira nos últimos 70 anos?

Thiago Luiz Ticchetti: Muitos ufólogos contribuíram positivamente para a pesquisa sobre OVNIs no Brasil nos últimos 70 anos, mas três em particular vêm à mente: Irene Granchi, Claudeir Covo e A.J. Gevaerd.

Irene e Claudeir, agora falecidos, praticamente viviam para pesquisas sobre OVNIs. Ambos eram pesquisadores extremamente sérios e usavam a ciência para analisar os casos que investigavam. Eles eram pesquisadores de campo reais. Gevaerd é hoje, na minha opinião, um dos ufólogos mais ativos do mundo. Editor da Revista UFO, uma publicação ativa há mais de 30 anos, ele é um exemplo para todos os ufólogos no Brasil. Sua dedicação e a seriedade com que ele lida com os fenômenos OVNIs fazem com que ele se destaque como um dos maiores de todos os tempos.

RG: O que você considera ser o incidente brasileiro de OVNI mais interessante já registrado, e por quê?

TLT: Existem muitos. É difícil escolher apenas um. O Brasil é um dos maiores hotspots de OVNIs do mundo. Tivemos a ‘Noite Oficial dos OVNIs‘ em 1986, quando mais de 20 OVNIs foram perseguidos por aeronaves militares, detectados por testemunhas terrestres e detectados em radares em várias cidades. Tivemos a ‘Operação Prato‘, uma investigação secreta da Força Aérea Brasileira em 1977 que foi a várias cidades do norte do Brasil para investigar estranhos OVNIs que disparavam raios contra pessoas e sugavam seu sangue, em um evento conhecido como chupa-chupa. Centenas de fotos , muitas já divulgadas ao público, foram tiradas, e dezenas de horas de vídeos desses objetos foram capturados pelos militares. Esses vídeos ainda estão sob sigilo do governo brasileiro. Mas, sem dúvida, o caso mais famoso e importante no Brasil foi o ‘Caso Varginha‘, quando, em 1996, um OVNI caiu na cidade de Varginha, no estado de Minas Gerais, e sua tripulação foi vista por dezenas de pessoas antes de ser capturada pelos militares e bombeiros da cidade. O caso tornou-se ainda mais bizarro devido à morte de um militar por razões ainda não claras, após seu contato físico com um dos seres extraterrestres.

RG: Qual é a posição oficial do governo brasileiro sobre os OVNIs? Quando foi a última vez que ele emitiu uma declaração sobre o assunto?

TLT: Infelizmente, o governo brasileiro não dá a devida importância ao assunto. Eles têm outras preocupações mais ‘importantes’. O Brasil tinha em suas mãos um OVNI caído e sua tripulação extraterrestre e os entregou aos militares dos EUA.

O governo brasileiro nunca deu nenhuma declaração sobre os OVNIs. Este assunto é tratado pela Força Aérea Brasileira, e foi mencionado pela última vez em 2010, quando o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) emitiu o Relatório 551/GC3, que torna o comando responsável por receber e catalogar as notificações de OVNIs.

RG: O Ministério da Defesa do Brasil tem uma unidade oficial de investigações sobre OVNIs?

TLT: Não. Como eu disse anteriormente, o governo brasileiro não tem nenhum interesse explícito na questão. Em 2013, a Comissão Brasileira de Ufólogos (CUB) reuniu-se com representantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica no Ministério da Defesa para solicitar a divulgação de relatórios de OVNIs ainda sob o sigilo das forças armadas. Saímos com a promessa de uma nova reunião para definir a criação de um grupo civil-militar para investigar o fenômeno. Infelizmente essa reunião nunca ocorreu, já que o governo da então presidente Dilma Rousseff entrou em colapso, o que levou ao seu impeachment.

Membros do Comitê Brasileiro de Pesquisadores de OVNIs (CBU) e representantes do encontro das Forças Armadas em 2013 no Ministério da Defesa do Brasil para discutir o acesso público aos documentos militares sobre OVNIs. A reunião foi histórica, mas no final não foi tão proveitosa como se esperava inicialmente.

RG: O governo brasileiro mostrou mais ou menos transparência sobre o assunto OVNI do que o governo dos EUA?

TLT: O governo brasileiro não revela nada, pois não é questionado pela mídia sobre esse assunto. Quando algo ufológico acontece e ganha proeminência através da imprensa, o governo fica em silêncio ou desinteressado. As únicas pessoas que [questionam] o governo na questão dos OVNIs são os ufólogos, e a resposta, na maioria das vezes, é que não há registro de tal caso. Temos a nosso favor a Lei de Transparência da Informação, algo semelhante à FOIA nos EUA, mas ainda não acreditamos que o governo brasileiro seja honesto em suas respostas. Nós sabemos que o governo mente.

RG: O Brasil tem uma organização nacional de investigações sobre OVNIS hoje, e quantos grupos menores de OVNIs você conhece?

TLT: Sim, temos a Comissão Brasileira de Ufólogos, que em nível nacional procura receber e investigar casos de OVNIs. Eu sou o atual presidente da CBU e tivemos muitos casos interessantes.

Quanto aos grupos menores, agora temos cerca de 20 a 30 grupos que conhecemos e estão ativos. Tivemos muitos mais, assim como ufólogos independentes. Hoje há poucos ufólogos que são pesquisadores de campo. A grande maioria prefere fazer seus comentários na frente de uma tela de computador.

RG: Quais são as regiões mais ativas do Brasil para relatos de avistamentos de OVNIs?

TLT: O Brasil como um todo é um hotspot de OVNIs. Somos um país continental, uma mistura de raças e culturas. Mas, com base nos casos que recebemos, os estados de Minas Gerais, São Paulo e as regiões norte, nordeste e centro-oeste são onde há mais registros.

RG: Você já teve algum avistamento de OVNI?

TLT: Sim, em 1982, quando eu tinha 8 anos de idade. Eu morava no Rio de Janeiro e vi uma luz vermelha aparecer no céu e descer lentamente para uma montanha. Um tempo depois, a luz começou a subir, tornou-se mais clara, fez um movimento de pêndulo e disparou para o espaço.

RG: Depois de 25 anos no campo de OVNIs, que conclusões você tirou sobre a natureza subjacente dos fenômenos OVNIs?

TLT: Eu ainda não cheguei a uma conclusão sobre a natureza precisa do fenômeno. O que eu tenho certeza é que estamos sendo visitados por seres inteligentes a bordo de naves com tecnologia muito além da nossa. A questão principal não é se estamos sozinhos no universo, porque isto eu já sei com certeza. O que temos a responder é quem são esses seres, de onde vêm e o que querem.

RG: Como a ufologia brasileira pode melhorar?

TLT: Precisamos de novos ufólogos, pessoas capazes de dedicar grande parte de suas vidas à pesquisa ufológica, mas, acima de tudo, sejam pesquisadores de campo, detetives ou jornalistas; precisamos de pessoas que vão diretamente atrás dos fatos; pessoas que passam mais tempo no campo do que na frente da tela do computador.

(Fonte)


Realmente uma lástima que o governo brasileiro não esteja colaborando com os pesquisadores. Temos uma das mais ricas casuísticas de OVNIs do mundo, com casos comprovados por inúmeras testemunhas, cujos registros nos ajudariam imensamente em nossa procura pela origem desse fenômeno, o qual é indubitavelmente real. Como Ticchetti se posicionou – e concordo plenamente como ele – “…o que temos a responder é quem são esses seres, de onde vêm e o que querem“. 

Ticchetti também está absolutamente correto em sua declaração de que precisamos mais pesquisadores de campo.

Uma pena eu não poder contar com a regalia de tempo e recursos financeiros para tal, pois para mim isto seria um grande sonho realizado – “mea culpa“. 🙁

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  • Luiz Antônio Prado Xavier

    Com a tecnologia de câmeras que existe hoje deveriam haver filmes e fotos com mais clareza. Pesquisadores de campo só podem ir atrás do que já aconteceu. Não acredito que trariam(trarão) novos fatos que poderiam mudar a opinião e posição dos órgãos governamentais. Tem que aparecer imagens mais realísticas e de fato, sem deixar nada duvidoso senão nunca terão credibilidade!!!!!!!!!

  • Marcelino

    Se comparados aos EUA nossas forças armadas liberaram muito até. Documentos liberados na integra, enquanto em outros países liberam docs cheio de tarjas pretas.Quando liberam , aliás.

  • vrnc

    Vamos comessar então, posso ser ufologa?
    Posso ser pesquisadora de campo como menciona.
    Quando começo?
    Pode ser agora?
    Aguardo resposta.