Fóssil de dinossauro é encontrado na Antártica

Compartilhe com a galáxia!
Tempo de leitura: 3 min.

Ah, a Antártica! Sempre nos trazendo surpresas.

Aqui está mais uma descoberta no continente gelado, de seguramente incontáveis outras que ainda nos serão reveladas: 

A Antártica nem sempre foi um terreno vazio e congelado – 250 milhões de anos atrás, ela estava coberta de florestas e rios, e a temperatura raramente caía abaixo de zero. Ela foi também o lar de diversos animais selvagens, incluindo os primeiros parentes dos dinossauros. Os cientistas acabam de descobrir o mais novo membro daquela família – um réptil do tamanho de uma iguana, cujo nome significa ‘rei da Antártica’.

Brandon Peecook, pesquisador do Museu Field e principal autor de um artigo no Journal of Vertebrate Paleontology, disse descrevendo a nova espécie:

Este novo animal era um arcossauro, um parente primitivo de crocodilos e dinossauros. Por si só, parece um pouco como um lagarto, mas evolutivamente, é um dos primeiros membros desse grande grupo. Ele nos diz como os dinossauros e seus parentes mais próximos evoluíram e se espalharam.

O esqueleto fóssil é incompleto, mas os paleontólogos ainda têm uma boa noção do animal, chamado Antarctanax shackletoni (o primeiro nome significa ‘rei da Antártida’, o último é um reconhecimento para o explorador polar Ernest Shackleton). Baseado em suas semelhanças com outros animais fósseis, Peecook e seus co-autores (Roger Smith da Universidade de Witwatersrand e do Iziko South African Museum, e Christian Sidor do Burke Museum e Universidade de Washington) supõem que o Antarctanax era um carnívoro que caçava insetos, primitivos parentes mamíferos e anfíbios.

Uma laje contendo fósseis de Antarctanax. Crédito: (c) Brandon Peecook, Museu Field

A coisa mais interessante sobre Antarctanax, porém, é onde viveu e quando.

Peecook, que também é afiliado ao Museu Burke, diz:

Quanto mais descobrimos sobre a Antártica pré-histórica, mais estranha ela fica.

Achamos que os animais da Antártica seriam semelhantes aos que viviam no sul da África, já que essas massas de terra se juntaram naquela época. Mas estamos descobrindo que a vida selvagem da Antártica é surpreendentemente única.

Cerca de dois milhões de anos antes do Antarctanax viver – um piscar de olhos no tempo geológico – a Terra sofreu sua maior extinção em massa de todos os tempos. A mudança climática, causada por erupções vulcânicas, matou 90% de toda a vida animal. Os anos imediatamente após aquele evento de extinção foram um descontrole evolucionário – com o quadro negro sendo apagado pela extinção em massa, novos grupos de animais competiram para preencher as lacunas. Os arcossauros, inclusive os dinossauros, foram um dos grupos que tiveram um enorme crescimento.

Peecook informou:

Antes da extinção em massa, os arcossauros só eram encontrados ao redor do Equador, mas depois eles estavam por toda parte. E a Antártica tinha uma combinação desses animais novos e anteriores que já estavam extintos na maioria dos lugares – o que os paleontólogos chamam de ‘grupos mortos andantes. Você tem animais do amanhã e animais de ontem, coabitando em um lugar legal.

O fato dos cientistas terem encontrado o Antarctanax ajuda a reforçar a ideia de que a Antártica era um local de rápida evolução e diversificação após a extinção em massa.

Peecook observa:

Quanto mais diferentes tipos de animais encontramos, mais aprendemos sobre o padrão que os arcossauros assumiram após a extinção em massa.

A Antártica é um desses lugares na Terra, como o fundo do mar, onde ainda estamos nos primeiros estágios da exploração .

O Antarctanax é nossa pequena parte na descoberta da história da Antártica.

(Fonte)


AntarctanaxAntárticadinossaurofossil
Comentários não são disponíveis na versão AMP do site. (0)
Clique aqui para abrir versão normal do artigo e poder comentar.