As últimas palavras de Stephen Hawking: “Vivemos numa Matrix?”

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Antes de falecer em março, o renomado físico Stephen Hawking publicou mais de 230 artigos sobre o nascimento do universo, buracos negros e mecânica quântica. Mas, dez dias antes de sua morte, Hawking terminou sua teoria final sobre a origem do universo – agora publicada postumamente – e oferece um interessante desvio das ideias anteriores sobre a natureza do ‘multiverso’.

Como relata a PBS, o novo relatório, em co-autoria com o físico belga Thomas Hertog, contraria a ideia de que o universo se expandirá por toda a eternidade. Se você pedir a um astrofísico hoje para descrever o que aconteceu depois do Big Bang, ele provavelmente começaria com o conceito de ‘inflação cósmica’. A inflação cósmica argumenta que logo após o Big Bang – estamos falando depois de uma pequeníssima fração de segundo – o universo expandiu-se a uma velocidade vertiginosa, como a massa num forno.

Mas essa expansão exponencial deveria criar, devido à mecânica quântica, regiões onde o universo continuaria a crescer para sempre e as regiões onde esse crescimento estaria parado. O resultado seria um multiverso, uma coleção de bolsões semelhantes a bolhas, cada um definido por suas próprias leis da física.

Hertog disse em um comunicado:

As leis locais de física e química podem diferir de um universo  para outro, que juntos formariam um multiverso. “as nunca fui fã do multiverso. Se a escala de diferentes universos no multiverso é grande ou infinita, a teoria não pode ser testada.

Além de ser difícil de sustentar, a teoria do multiverso, que foi co-desenvolvida por Hawking em 1983, não combina com a teoria física clássica, ou seja, as contribuições da teoria da relatividade geral de Einstein de como elas se relacionam com a estrutura e dinâmica do universo.

Hertog disse:

Como consequência, a teoria de Einstein se desfaz em inflação eterna.

Einstein passou a vida em busca de uma teoria unificada, uma maneira de conciliar a maior e a menor das coisas, a relatividade geral e a mecânica quântica.

Ele morreu nunca tendo alcançado esse objetivo, mas grupos de físicos como Hawking seguiram os passos de Einstein. Um dos caminhos levou aos hologramas.

Em vez da descrição ‘padrão’ de como o ‘universo’ se desdobrou (e está se desdobrando), os autores argumentam que o Big Bang tinha um limite finito, definido pela teoria das cordas e hologramas.

A nova teoria – que soa simplisticamente como o mundo dos filmes Matrix – toma o conceito estranho de que o universo é como um vasto e complexo holograma. Em outras palavras, a realidade 3D é uma ilusão, e o mundo aparentemente ‘sólido’ ao nosso redor – e a dimensão do tempo – é projetado a partir de informações armazenadas em uma superfície 2D plana.

O The Telegraph reporta que o Prof. Hertog, da Katholieke Universiteit Leuven (KT Leuven), disse:

É uma noção matemática muito preciso da holografia que saiu da teoria das cordas nos últimos anos, a qual não é totalmente compreendida, mas é espantosa e muda completamente o cenário.

Aplicada à inflação, a teoria recém-publicada sugere que o tempo e ‘o começo’ do universo surgiram holograficamente de um estado incognoscível fora do Big Bang.

O Prof Hawking disse antes de sua morte:

Não estamos propensos a um único universo, mas nossas descobertas implicam uma redução significativa do multiverso, para uma faixa muito menor de universos possíveis.

E, acredite ou não, há evidências de que o mundo funciona assim.

Como a PBS conclui, alguns físicos apontam que a teoria de Hawking-Hertog é preliminar e deve ser considerada especulação até que outros matemáticos possam replicar suas equações.

Sabine Hossenfelder, uma física teórica do Instituto de Estudos Avançados de Frankfurt, disse em seu blog que as ideias apresentadas neste artigo se juntam a outras que são atualmente especulações puras e que ainda não têm nenhuma evidência para apoiá-las. Ela deixa claro que, embora as propostas sejam interessantes, Hawking e Hertog não encontraram uma nova maneira de detectar a existência de outros universos além do nosso:

Stephen Hawking era amado por todos que eu conheço, tanto dentro como fora da comunidade científica.

Ele foi um grande homem, sem dúvida, mas este trabalho não é digno de nota.

(Fonte)


Bem como mencionado no artigo, tudo isso são só especulações, sem qualquer prova concreta. Mas, mesmo assim, não podemos descartar essas possibilidades, pois realmente não sabemos absolutamente nada sobre a origem do Universo.

n3m3

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